O medo da Primeira visita ao Dentista
- AV Corporate
- 10 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de jul. de 2020
Podemos aqui ir direto ao ponto, dizendo que existem, assim como tudo em nossas vidas, pequenos detalhes que fazem uma diferença imensa na criação de consciência da criança, para que suas visitas a qualquer profissional da área de saúde sejam tranquilas. E é claro, que essa consciência virá exclusivamente da energia que inserimos em nossos filhos. É simples e certeiro.
Se inserirmos palavras relacionadas ao motor MEDO, com certeza, este será o motor que motivará a criança em sua primeira visita e isso será somado ao medo do desconhecido, transformando seu tratamento em uma pequena catástrofe, até que essa mudança possa ocorrer com várias visitas ao consultório. Caso contrário, se a energia for a do amor, a história poderá ser resumida.
Lógico que o medo do desconhecido sempre existirá, mas pode ser amenizado. Faz-se necessário que os pais tenham consciência de que um trauma na infância pode perdurar por anos e muitas vezes a vida toda e é exatamente isso que podemos evitar com um trabalho constante de INSERÇÃO DE MOTIVAÇÕES à criança, que falaremos mais pra frente.

A afirmativa de que a prevenção bucal dos pequenos se inicia na gestação é real, pois existem fatores que podem e devem determinar a saúde do bebê à curto, médio e longo prazo.
Por exemplo, a ingestão de doces no segundo mês da gestação é fatídica para que a criança tenha tendência a ingerir doces, pois neste período, é quando as papilas gustativas estão sendo desenvolvidas e isso levará a uma série de hábitos, que a criança pode carregar até a sua vida adulta.
Ainda assim, as informações estão 100% disponíveis nas mídias, livros e até mesmo através de profissionais, evitando que os pais precisem de uma consulta específica somente para orientá-los, antes de o bebê nascer. É necessário mencionarmos também, que devido a uma série de mudanças no corpo da mãe, existe uma tendência maior ao acúmulo de placa bacteriana e inflamações gengivais (veja este artigo https://www.avcorporate.com.br/post/gengivite), que podem e devem ser evitadas com uma intensificação do uso de fio dental.
Mesmo assim, sugerimos a todas as mães que NÃO USEM ENXAGUANTES BUCAIS. Os colutórios possuem alta concentração de elementos químicos que devem ser usados apenas para casos específicos, com orientação profissional. Antigamente, eles eram vendidos apenas com prescrições, mas hoje são vendidos livremente e isso não significa que não podem ser prejudiciais se usados diariamente.
Outra polêmica que vem surgindo é em relação ao uso de flúor e os seus malefícios em casos de excesso.
A revista The Lancet, uma das maiores revistas de neurologia no mundo, lançou um artigo em 2019, classificando o flúor como tóxico. Isso não significa que precisamos descartá-lo 100%%, porém, deve ser aplicado de preferência topicamente (diretamente nos dentes), do que sistemicamente, onde pode atingir o sistema nervoso e o sistema endócrino.
Voltando ao bebê e sua primeira visita a consulta, seguem algumas dicas do que JAMAIS falar perto de uma criança, até que ela descubra por si mesma:
‘' Nossa, o dentista acabou comigo hoje, estou com muita dor ‘‘.
‘’Odeio ir ao dentista. É muito ruim! ‘‘.
‘'Se você não escovar os seus dentes, te levarei ao dentista para tomar injeção‘’.
É essencial que entendamos que a criança em sua pureza, só tem o medo do desconhecido e quando verbalizamos frases como essas, inserimos ainda mais medo, que como já dito, é desnecessário e pode ser evitado. Isso vale para outros aspectos, como andar de bicicleta sem rodinhas, nadar em uma piscina funda e por aí vai. Devemos lembrar que o incentivo, é uma arma muito positiva na construção psíquica da criança.
Do contrário, podemos motivar a criança, verbalizando apenas os benefícios que um tratamento lhe trouxe:
‘'Nossa, como é bom ir ao médico. Estou me sentindo ótimo!‘‘.
‘'Se não fosse à fisioterapia, não conseguiria te pegar no colo‘‘.
Fazer cara feia para tomar medicação na frente da criança também não ajudará. Os casos extremos não serão citados, pois cabe ao Odontopediatra realizar o condicionamento da criança para o atendimento, mesmo que para isso precise de algumas consultas. Ou, identificar traumas complexos e encaminhar o paciente a um tratamento psicológico e emocional.
Parece pouco, mas a velocidade de absorção dos pequeninos é muito maior do que imaginamos. Logo, levar os benefícios de um tratamento médico aos ouvidos da criança pode fazer muito bem a ela. Além disso, caso ela não tenha idade suficiente para entender, leve-a para passear no seu dentista em uma consulta de rotina. Você pode se surpreender ao perceber que o medo do desconhecido, se transformará em curiosidade, e assim que ela crescer, com certeza terá vontade de apertar os botões da cadeira do dentista. Lembrem-se sempre do poder das pequenas coisas.
Autor : Dr. Alexandre L. Alves ( Veja o currículo do profissional )
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